Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) apontam queda de 6% no desmatamento de áreas de Cerrado em Mato Grosso entre julho de 2018 e agosto de 2019, em relação ao levantamento anterior.
O resultado, porém, está longe do necessário para que o Estado consiga alcançar uma das principais metas firmadas na Conferência do Clima de Paris, em 2015: a redução da taxa de desmatamento anual no bioma para 150 Km² até 2030.
“O ritmo de destruição do Cerrado continua alarmante”, afirma trecho do relatório “Características do desmatamento no Cerrado mato-grossense em 2019”, lançado nesta quinta-feira (6) pelo Instituto Centro de Vida (ICV).
O principal motivo, segundo o documento, é o elevado grau de ilegalidade na abertura de novas áreas, que no período representou 88% do total de desmates registrados pelo INPE. “Do total mapeado em 2019, apenas 12% foi realizado em áreas com autorizações para desmate ou para supressão de vegetação válidas emitidas pelo órgão ambiental estadual”, diz o estudo.
Dos 88 municípios do estado com áreas desmatadas no Cerrado no período analisado, apenas 19 apresentaram alguma área com desmatamento legal, ou seja, detinham autorizações válidas emitidas pelo órgão ambiental. “Todos os demais municípios tiveram desmatamento 100% ilegal”.
Com uma área correspondente a 24% do território nacional, o Cerrado se distribui pelos territórios de 12 unidades da federação. Entre 2018 e 2019, segundo o INPE, o desmatamento ceifou 6.483,4 Km² do bioma no país – o equivalente a quatro vezes o território da cidade de São Paulo (SP).
Desse total, Mato Grosso contribuiu com 930,6 Km² (14%), figurando em terceiro lugar no ranking nacional, atrás do Maranhão e do Tocantins. No levantamento anterior, que considerou o período de agosto de 2017 a julho de 2018, os desmates somaram 998 km².
De acordo com o relatório do ICV, parte significativa (46%) dessas novas áreas abertas se concentrou em dez municípios das regiões centro-sul e nordeste do Estado. Cocalinho, na região do Araguaia, liderou o ranking estadual com 82 km² de desmatamento no período.
A lista inclui ainda os municípios de Rosário Oeste, Ribeirão Cascalheira, Paranatinga, São Félix do Araguaia, Campos de Júlio, Nova Nazaré, Nova Mutum, Poconé e Juína.
De acordo com o ICV, a análise do perfil fundiário das áreas onde houve desmatamento indica que o processo se deu majoritariamente em propriedades inscritas no Cadastro Ambiental Rural (CAR). Sozinhas, elas concentraram 63% do desmatamento registrado no período.
Quando considerados apenas os desmates ilegais, a análise revela que estes se concentraram em grandes imóveis, com mais de 1.500 hectares (64%). Em relação ao tamanho do desmatamento identificado nos imóveis privados, 72% do total desmatado são polígonos superiores a 50 hectares.
O relatório aponta ainda que 61% dos desmates não autorizados se concentraram em 883 imóveis, o que equivale a apenas 3% do total de propriedades rurais existentes no Cerrado mato-grossense.
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