– Daniela Torezzan / ICV
Mato Grosso registrou 4.045 focos de calor entre primeiro de janeiro e 31 de agosto 2011. O número diminuiu 71% com relação ao mesmo período do ano passado, quando o estado sofreu um pico histórico de queimadas, registrando mais de 14 mil focos. Na comparação com 2009, o índice aponta uma pequena queda de 6%. O resultado demonstra que neste ano, Mato Grosso voltou a registrar índices semelhantes aos de anos anteriores, com exceção dos que registraram picos.
Período | Total de focos |
01/01 A 31/08/09 | 4.296 |
01/01 A 31/08/10 | 14.007 |
01/01 A 31/08/11 | 4.045 |
Os dados fazem parte de uma análise do Instituto Centro de Vida (ICV) que utilizou informações do satélite NOAA-15, do Instituto Nacional de Pesquisas espaciais (Inpe). (confira aqui a metodologia).
Nestes oito meses de 2011, a maior parte dos focos (1.869) ocorreu no mês de agosto. Geralmente o mês mais crítico de queimadas é no mês de setembro.
Mês | Focos em 2009 | Focos em 2010 | Focos em 2011 |
Janeiro | 221 | 58 | 80 |
Fevereiro | 12 | 40 | 32 |
Março | 28 | 45 | 2 |
Abril | 19 | 295 | 97 |
Maio | 228 | 699 | 337 |
Junho | 1016 | 1088 | 927 |
Julho | 1362 | 2297 | 701 |
Agosto | 1410 | 9485 | 1869 |
Setembro | 1956 | 19519 | – |
Outubro | 1733 | 4670 | – |
Novembro | 325 | 344 | – |
Dezembro | 39 | 795 | – |
Total | 8349 | 39335 | – |
De acordo com o estudo, quinze municípios contabilizaram mais de 80 focos de calor nos oito primeiros meses de 2011. Entre os municípios com maior número de focos de calor registrados no período estão Gaúcha do Norte (281), Marcelândia (246) e Paranatinga (153).
Município | Nº focos de calor 01/01 a 31/08/2011 |
Gaúcha do Norte | 281 |
Marcelândia | 246 |
Paranatinga | 153 |
Nova Ubiratã | 135 |
Campinápolis | 128 |
Querência | 126 |
Bom Jesus do Araguaia | 124 |
Vila Bela da Santíssima Trindade | 119 |
São Félix do Araguaia | 118 |
Cláudia | 110 |
Feliz Natal | 109 |
Cáceres | 100 |
Tangará da Serra | 98 |
Nova Mutum | 93 |
Itanhangá | 82 |
Subtotal | 2022 |
Do total de 4.045 focos registrados no período, a maior parte (43%) ocorreu em propriedades cadastradas no Sistema de Licenciamento Ambiental de Mato Grosso (SIMLAM), com 1.754 focos, seguido das propriedades não cadastradas (33%), com 1.348 focos. As Terras Indígenas totalizaram 13% dos focos, com 553 registros, e os assentamentos da reforma agrária foram responsáveis por 297 focos (7%). Já os focos nas Unidades de Conservação somaram 93 registros (2%).
Tipologia Fundiária | Número de focos | Percentual |
Áreas cadastradas no SIMLAM | 1754 | 43,3% |
Áreas não cadastradas no SIMLAM | 1348 | 33,3% |
Assentamentos | 297 | 7,3% |
Terras Indígenas | 553 | 13,7% |
Unidades de Conservação | 93 | 2,4% |
Total | 4045 | 100% |
Na avaliação de Laurent Micol, coordenador executivo do ICV, não temos muito a comemorar, a não ser agradecer ao clima que foi mais clemente esse ano. “O que aconteceu no ano passado foi uma seca mais severa e a situação terrível pela qual passamos mostrou que o Estado (governo do estado e governos municipais) e a sociedade mato-grossense em geral estão muito despreparados para lidar com isso. Não vejo que a situação tenha evoluído muito desde então, portanto continuamos em situação de risco, pois as secas mais severas são cíclicas, ocorrendo várias vezes numa mesma década (2005, 2007, 2010…)”, alerta.
Para Micol, a ação governamental na prevenção ao fogo em Mato Grosso ainda é insuficiente para fazer uma diferença real na ponta. “Existe um Comitê e um Plano de prevenção das queimadas, mas a ação preventiva do governo ainda está muito subdimensionada, carecendo de recursos e investimentos. Até hoje, o principal instrumento ainda é a fiscalização”.
De acordo com o coordenador do ICV, para evitar novas catástrofes como a do ano passado, governo e sociedade têm de investir muito mais em prevenção, com vistas a erradicar a prática da queimada nas atividades agrícolas e assegurar que queimadas acidentais não se alastrem. Um desafio que requer planejamento estratégico e recursos muito significativos.
Em Mato Grosso a prática de queimadas é regulada por um decreto estadual. Este ano, o período proibitivo começou em primeiro de julho e vai até 15 de outubro.
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