– Rizza Matos / ICV
Participantes receberam orientações de como participar do PNAE e sobre os benefícios do cooperativismo
Aldair da Silva Ribeiro, 52 anos, saiu da área rural de Cajazeiras, na Bahia, com 13 anos pra ir morar em Rondônia e há 13 anos ela e sua família vivem na comunidade Santa Clara, no município de Cotriguaçu, região noroeste de MT. Aldair sempre tirou seu sustento da terra, mas ela diz que a situação se complica quando chega a hora de comercializar o que é produzido no sítio. “A gente planta, colhe, mas nem sempre temos onde vender. Isso é muito ruim, porque acabamos tendo prejuízo. Foi por isso que eu vim aqui hoje para poder ver o que podemos fazer para melhorar nossa situação”, completou a assentada. A agricultora foi uma das 40 pessoas que participaram do Seminário de Comercialização organizado pelo projeto Cotriguaçu Sempre Verde que é desenvolvido pelo Instituto Centro de Vida (ICV) desde julho de 2011, no município, no qual está localizado o Assentamento Nova Cotriguaçu.
O Seminário aconteceu no último dia 23, no salão da igreja católica, no núcleo urbano de Nova Esperança e reuniu também representantes das comunidades, Ouro Verde e Nova União que integram o Assentamento Nova Cotriguaçu, além de moradores do PA Juruena.
De acordo com Suzanne Scaglia, Educadora em Práticas Sustentáveis do ICV, o objetivo foi transmitir informações e orientar sobre as maneiras de comercializar o que é produzido dentro do Assentamento. “Essa é uma oportunidade para os pequenos agricultores que devem aproveitar os programas de comercialização, pois são contratos de venda garantidas e sem atravessadores”, avaliou a educadora.
Durante o Seminário os participantes receberam orientações a respeito do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), Programa de Aquisição de Alimentos da Conab e também sobre a importância da organização dos produtores e, em particular, as vantagens do cooperativismo.
Formas de comercialização
A lei nº 11.947/2009 determina que pelo menos 30% dos recursos repassados para a merenda escolar através do PNAE sejam utilizados na compra de produtos alimentícios oriundos da agricultura familiar, priorizando os assentamentos da reforma agrária, as comunidades tradicionais indígenas e comunidades quilombolas. No município de Cotriguaçu quem coordena o projeto é Taís Schuster, nutricionista da Secretaria Municipal de Educação e Cultura. Ela participou do Seminário e explicou sobre a importância de ter a documentação exigida, pois sem ela não há como concorrer à chamada pública. “Cada produtor pode vender até R$ 9 mil reais para o programa, mas é preciso que eles tenham a Declaração de Aptidão ao PRONAF (DAP), e que retirem a nota de seus produtos na Secretaria de Tributos”, acrescentou a nutricionista.
Os participantes ouviram uma apresentação sobre a Coopercotri, uma cooperativa recém-criada no município. Segundo Reinaldo Valigueski, secretário da cooperativa, atualmente o pequeno agricultor só consegue vender sua produção dentro do município, mas com o cooperativismo será possível que essa produção seja comercializada em outras cidades. “Nós queremos parcerias, porque não fazemos nada sozinhos e os assentados podem estar junto com a gente”, afirmou Reinaldo.
Seu Jair Ferreira, agricultor da comunidade Nova Esperança, gostou da notícia, pois em sua propriedade ele planta feijão e café, mas por não ter para quem ou onde vender, na safra passada acabou perdendo 80 sacos de feijão. “É bom a gente ficar sabendo das coisas, assim a gente anima para plantar”, afirmou o agricultor.
A agricultora Selma Alves Vieira, que desde o ano passado acompanha o trabalho do ICV na comunidade Nova Esperança, saiu otimista e avaliou como positivo o encontro. “Foi muito bom receber essas informações, assim a gente fica sabendo como é o jeito certo de fazer as coisas. Hoje demos mais um passo para frente”, concluiu Selma.
Também contribuíram com o Seminário, Levanir Pires de Lima, presidente da Associação de Produtores Rurais de Nova União (APRNU), Joice Pauli, da Secretaria de Fazenda (SEFAZ), além de de Jair Klasenr e Elaine Castanha Bonavigo, representantes da Secretaria Municipal de Agricultura (SAMA).
O projeto
O projeto Cotriguaçu Sempre Verde visa contribuir para uma nova trajetória de desenvolvimento social e econômico para esse município, pautada na conservação e no manejo sustentável dos recursos naturais. Atualmente, o projeto atua em cinco frentes: Boas Práticas Agropecuárias para o gado de corte e de leite, Gestão Ambiental Municipal, Bom Manejo Florestal, Governança Socioambiental nos Assentamentos e Gestão Territorial Indígena. O projeto Cotriguaçu Sempre Verde é desenvolvido pelo Instituto Centro de Vida (ICV) e parceiros com apoio do Fundo Vale.
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