Gestão e planejamento em conjunto com a adoção de boas práticas diretamente em campo têm o potencial de transformar a atividade produtiva da pecuária mais sustentável e rentável na Amazônia.
É o que mostra duas das quinze propriedades atendidas pelo Conect@gro, novo projeto implementado pelo Instituto Centro de Vida (ICV) em parceria com a Campo S/A, Gepi/UFMT, Embrapa Agrossilvipastoril e Sicredi Grandes Rios. As fazendas de Alta Floresta e Paranaíta, na região norte de Mato Grosso, foram visitadas no último 30 de novembro por representantes do projeto e da Cooperativa Sicredi Grandes Rios.
O projeto é financiado pelo Programa Rem, executado em parceria com o Governo do Estado de Mato Grosso, Banco de Desenvolvimento (KfW) Alemão e a Secretaria de Negócios, Energia e Estratégia Industrial (BEIS) do Reino Unido, e tem como gestor financeiro o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio).
No dia, foram apresentados os projetos produtivos e as ações de adequação ambiental de cada fazenda. Também foram ressaltadas, através das duas propriedades, as particularidades de cada e os diferentes perfis de gerenciamento no processo de intensificação da produção.
A intensificação da pecuária prevê um conjunto de técnicas de produção em áreas já consolidadas, o que evita novos desmatamentos e melhora o uso do solo.
O engenheiro florestal da RestaurAgro, empresa que presta consultoria para o projeto, Thiago Nogueira, explica que a adequação ambiental de cada propriedade é, por vezes, dificultada pela falta de informação.
“Às vezes, os produtores pensam que tem necessidade de recomposição e não tem. E quando precisam, não sabem como fazer. A informação correta e bem transmitida pode favorecer maior inclusão pelo reconhecimento e reparação do dano ambiental causado por desconhecimento”, explica.
O consultor técnico do ICV, Eduardo Florence, completa que o projeto diagnostica as necessidades e esclarece dúvidas. “Propondo áreas demonstrativas de recuperação florestal que sirvam de modelo e aprendizado”, diz o especialista.
Para Thiago, também é necessário o atrelamento do aumento da produção junto à conservação ambiental. O isolamento de áreas de preservação permanente (APPs) é um exemplo disso.
“A recuperação ambiental precisa estar integrada à produção. Quando o produtor começa ver retorno no aumento da produtividade, na necessidade de rotação das pastagens e o uso da água encanada para os animais, passa fazer sentido o isolamento dessas áreas. E o custo é compartilhado na produção.”
As duas propriedades visitadas estão em processo de regularização ambiental.
Uma delas está em processo de recuperação das áreas através do Programa de Regularização Ambiental (PRA) da Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema/MT).
No evento, Murilo Guimarães, diretor da Campo S/A, ressaltou a importância da manutenção da qualidade de água na propriedade para que os investimentos tragam resultado.
“Investimos em melhor gestão, genética, nutrição especializada, manejo de pastagens, entre outras tecnologias, e as vezes fornecemos água de péssima qualidade. A água de boa qualidade e disponibilidade é insumo determinante nos processos de intensificação”, ressaltou.
Dentro do rol de ações para aumento de produtividade do gado na área disponibilizada, na Fazenda Rochedo foi mostrado os resultados da substituição de silagem de milho previamente usada pelos produtores pela de capim Capiaçu, o que gera redução de custos.
Também foram mostradas as novas práticas de gestão da propriedade e o sistema rotacionado implementado.
Já a fazenda Santo Antônio teve a gestão fortalecida pelo projeto. Com utilização de ferramentas como mapa da propriedade, quadros de gestão reprodutiva, atividades e outras ferramentas, foi possível implementar uma gestão mais visual.
“A gente já tinha uma ideia do que fazer e pra onde ir, mas a consultoria e as ferramentas facilitaram a visualização e o planejamento”, testemunhou Fernando Luczinksi, um dos proprietários e gestores da fazenda.
Os gerentes do Sicredi, Liliane Torres e David Rosa, relembram da importância do convencimento na prática do dia a dia, lembrando da visita feita em 2019 em uma propriedade em Nova Monte Verde, quando conheceram um pouco sobre o processo de intensificação.
“Quando a gente vê no campo, contado por um produtor e funcionários, o quanto deu certo o processo, ficamos felizes com o resultado”, diz David.
Além da gestão, manejo de pastagem, bem-estar animal, condições de suplementação, manutenção de solo e água e da microfauna do solo, além de adequado planejamento organizacional na fazenda, são elementos-chave para a conservação ambiental e produtividade.
“Temos o potencial regional de duplicar a produtividade de carne sem desmatar nenhum hectare”, avalia Murilo Guimarães, da Campo S/A.
A empresa de assistência técnica lançou, pelo projeto, uma série de vídeos com aulas sobre essas boas práticas. Os conteúdos são gratuitos diante de um cadastro na plataforma da Universidade Campo SA.
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SOBRE O PROJETO
Tornar a pecuária da Amazônia mato-grossense mais produtiva, rentável e capaz de garantir a preservação da floresta amazônica é o principal foco do projeto Conect@gro, que atende 15 propriedades de médio porte, com tamanho médio de 600 hectares na região. Ao total, somará mais de 9 mil hectares com melhorias técnicas na produção e na gestão da propriedade.
As atividades do projeto abarcam diversas áreas: gestão do negócio, planejamento de produção, capacitação, manejo de pastagens, suplementação alimentar, recuperação de áreas degradadas e outras.
O projeto é implementado pelo Instituto Centro de Vida (ICV), em parceria com Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), do Grupo de Estudos da Pecuária Integrada da Universidade Federal de Mato Grosso (GEPI/UFMT), Universidade Federal de Goiás, Sicredi, Embrapa Agrossilvipastoril e Campo S/A.
O projeto REM é executado em parceria com o Governo do Estado de Mato Grosso, Banco de Desenvolvimento (KfW) Alemão e a Secretaria de Negócios, Energia e Estratégia Industrial (BEIS) do Reino Unido, e tem como gestor financeiro o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio).
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