Diante das medidas ainda insuficientes para o controle do fogo no Pantanal, as expectativas para melhoria da situação recaem sobre o fim da época da seca, com o início do período chuvoso.
As primeiras chuvas de setembro, entretanto, ainda não foram o suficiente para controlar o alastramento dos incêndios em Mato Grosso, como mostram as imagens de satélite em áreas protegidas da região.
O fogo segue avançando sobre o Parque Estadual Encontro das Águas, que já teve atingidos 93% de sua área total, e nos últimos dias também atingiu a Estação Ecológica Taiamã, com 27% de sua área impactada até o dia 28 de setembro, de acordo com análise das imagens realizada pelo Instituto Centro de Vida (ICV).
Ilha localizada em área de encontros de águas no rio Paraguai, a área da estação ecológica teve atingidos 3,1 mil hectares do total de 11,6 mil hectares da unidade. O local abriga uma base de pesquisas da Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat), que se encontra atualmente sob risco.
“Os incêndios esse ano no Pantanal têm consumido grandes áreas em um intervalo de poucos dias”, avalia Vinícius Silgueiro, coordenador do Núcleo de Inteligência Territorial do ICV. “A situação das áreas protegidas é ainda mais crítica pois são áreas de acesso bastante limitado”, diz.
No caso da Estação Ecológica Taiamã, o acesso é somente por via aérea ou fluvial. “Isso indica a necessidade de priorização e máximo esforço no combate a essa frente de incêndio”, afirma o engenheiro florestal.
Antes disso, o Monitor de Queimadas do ICV, ferramenta interativa de monitoramento dos focos de calor no estado, apontou que as áreas protegidas atingiram recordes sem precedentes no bioma em Mato Grosso.
As unidades de conservação, por exemplo, somaram 633 focos de calor de janeiro a 20 de setembro de 2020, enquanto 2019 contabilizou 19 registros.
Confira a evolução do fogo na Estação Ecológica Taiamã em um intervalo de 25 dias:
Clique aqui para fazer o download de um vídeo timelapse mostrando a evolução das queimadas na Estação Ecológica Taiamã.
Parque Estadual Encontro das Águas
O Parque Estadual Encontro das Águas, que se divide entre os municípios de Poconé e Barão do Melgaço, teve impactados 100,5 mil hectares, 93% da área total. A área protegida era considerada o maior refúgio de onça-pintada, espécie sob risco de extinção, das Américas.
De de janeiro até o dia 20 de setembro, o parque registrou 471 focos de calor, enquanto em 2019 não contabilizou nenhum.
Clique aqui para fazer o download de um vídeo timelapse mostrando a evolução das queimadas no Parque Estadual das Águas.
Terras Indígenas e RPPN Sesc Pantanal
Na mesma região do Parque Estadual Encontro das Águas, as terras indígenas Perigara e Baía dos Guatós seguem sendo fortemente atingidas pelo fogo. Enquanto é possível identificar uma pequena frente de fogo no dia 30 de julho, no dia 28 de setembro a imagem mostra as terras indígenas e a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) SESC Pantanal tomadas pelos incêndios.
Clique aqui para fazer o download de um vídeo timelapse mostrando a evolução das queimadas na área.
Parque Nacional do Pantanal Mato-grossense
O Parque Nacional do Pantanal Mato-grossense encontra-se sob risco com uma frente de fogo que avança perigosamente sobre a região nordeste da unidade de conservação.
A frente é a mesma que atingiu a região sul do Parque Estadual Encontro das Águas.
Atualmente, o fogo na área está sendo combatido por brigadistas do ICMBio e do Ibama que montaram uma linha de defesa na área há mais de um mês.
A técnica de contrafogo utiliza uma faixa de cerca de cinco quilômetros de queima de expansão a partir da linha aberta com ferramentas manuais, onde utiliza-se da condições climáticas favoráveis para a contenção do incêndio.
A área protegida contabilizou 111 focos de calor de janeiro até o dia 20 de setembro. No ano passado, foram três ocorrências até o fim de setembro.
Clique aqui para fazer o download de um vídeo timelapse mostrando a evolução das queimadas na área.
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