Imagens de altíssima resolução que permitem identificar com precisão a situação do uso e cobertura do solo, selecionando indicadores para avaliar o sucesso da implantação de áreas de restauração florestal em propriedades rurais na região de Alta Floresta. Estes serão o foco dos levantamentos realizados com uso de VANT (Veículo Aéreo Não Tripulado) ou drone, como são conhecidos, entre os dias 1º e 4 de julho, fruto de uma parceria entre o Instituto Centro de Vida (ICV) e o Laboratório de Sensoriamento Remoto e Geotecnologias (LabSensoR) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
As áreas onde foram feitas as imagens do levantamento fazem parte do Programa Novo Campo, que visa promover práticas sustentáveis em fazendas de pecuária da Amazônia e do projeto Olhos d’água da Amazônia, que apoia o fortalecimento da gestão ambiental no município de Alta Floresta. “É uma fotografia detalhada da realidade do uso e cobertura do solo, sendo possível identificar a situação das áreas de uso agropecuário, em processo de regeneração natural, as diferentes tipologias da vegetação nativa e como andam as áreas de preservação permanente (APP) em restauração na região”, explica Vinicius Silgueiro, coordenador do Núcleo de Geotecnologias do ICV.
As imagens serão processadas pela equipe do LabSensoR, coordenado pelo professor Gustavo Manzon Nunes. “Também serão produzidos modelos digitais de elevação (MDE), que representam o relevo e altura dos elementos acima da superfície, sendo possível inclusive estimar o porte da vegetação presente nas áreas imageadas”, afirma Nunes. Participaram também dos levantamentos professores e alunos da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), que pretendem utilizar os dados para produção científica sobre o uso e cobertura do solo da região de Alta Floresta. Nunes também destaca que o maior refinamento das informações espaciais auxilia na tomada de decisões e no planejamento da gestão ambiental.
Os produtos gerados serão utilizados para o planejamento da implantação da restauração florestal visando a constituição de corredores ecológicos, já que as imagens obtidas, muito mais precisas do que as de satélite, possibilitam um diagnóstico detalhado das apps degradadas associadas aos cursos d’água e nascentes e, a partir daí, priorizar a restauração com objetivo de conectar remanescentes de vegetação nativa existentes na paisagem.
A parceria integra o projeto Soja Responsável – uma abordagem territorial, financiado pelo The Sustainable Trade Initiative (IDH) que se propõe a discutir o desenvolvimento da região norte de Mato Grosso envolvendo questões sociais, culturais, econômicas e ambientais com um olhar para que os produtos locais levem em conta estes diversos aspectos ampliando assim o trabalho do ICV na busca pelo desenvolvimento de cadeias produtivas sustentáveis, já experimentado com a pecuária, através do Programa Novo Campo.
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