Andrés Pasquis / ICV
Incentivar a adoção de boas práticas agroecológicas resultando, assim, na formação de agricultores experimentadores. Esse é o objetivo do de uma formação em agroecologia oferecida aos agricultores familiares do assentamento Nova Cotriguaçu, localizado no município de Cotriguaçu, região noroeste de Mato Grosso, pelo Instituto Centro de Vida (ICV).
A primeira etapa, desenvolvida durante três dias no final do mês passado, na comunidade Ouro Verde, permitiu introduzir a agroecologia através da história,conceitos teóricos e atividades participativas de campo. Os participantes também puderam expressar suas expectativas com respeito à formação, principalmente sobre o tratamento para se obter uma boa terra e, com isso, poder produzir alimentos variados e de qualidade.
Os interesses pela agroecologia foram variados. A maioria dos homens estava interessada em compreender e corrigir os mecanismos do solo. “Já participamos de outros cursos sobre cultivo antes, com outras pessoas, mas esperamos aprender como tratar do solo, desta vez!” exclamou seu Dezi Valerio. Seu Adivaldo Francisco Pereira concordou, “Queremos poder cuidar do solo para cultivar outros produtos que sonhamos, como cacau e seringa”. Já as mulheres queriam conhecer e cultivar outras espécies. “A gente já tem um cultivo, mas se conseguimos aprender e variar, poderemos ter mais produtos e mais independência para viver”, disse Maria “Parteira”.
Elisangela Sodré, João Gilberto Peixoto Milanez e Suzanne Scaglia, Educadores de Práticas Sustentáveis do ICV, levaram em consideração essas expectativas para dirigir o curso. “Não é fácil trabalhar com agroecologia e manejo. No entanto, existem, em contrapartida, muitas vantagens que o sistema tradicional não possui”, explicou João Gilberto.
No decorrer dos dias, os participantes receberam informações para entender melhor a importância da conservação e do manejo sustentável do solo, através de apresentações técnicas exemplificadas por dinâmicas lúdicas e trabalhos de campo.
A ideia de que existem boas práticas para a agricultura e outras mais nocivas, como a utilização de agrotóxicos ou as queimadas, foram temas abordados durante o curso. “Eu queimava e utilizava muito fertilizante de agropecuária e achava que era bom”, revelou Jaquicele, proprietária do sitio onde aconteceu o curso. “Mas agora aprendi e vou poder produzir mais e melhor”, concluiu.
No final do curso, os moradores do assentamento disseram entender que recursos como a terra e a água são frágeis e finitos, devendo ser manejados com cuidado e responsabilidade, ainda mais sendo a principal riqueza que eles possuem. Nesse sentido, seu Adivaldo compara a natureza com o ser humano, como sendo dois organismos que precisam de cuidados e atenção. “Afinal, um bom solo é um solo onde nos sentimos bem, onde as coisas estão bonitas”, finalizou.
O curso de formação em agroecologia é composto por quatro módulos. O segundo, acontecerá nos dias 02 e 03 de novembro, na propriedade de seu Adivaldo Francisco Pereira, localizada na comunidade de Novo Horizonte.
O Projeto Cotriguaçu Sempre Verde O projeto Cotriguaçu Sempre Verde visa contribuir para a construção de uma nova trajetória de desenvolvimento socioambiental e econômico para esse município. Desenvolve iniciativas que aliam o apoio a gestão ambiental municipal, o bom manejo florestal (Prodemflor), as boas práticas agropecuárias, o apoio à governança social e ambiental nos assentamentos e a integração das áreas protegidas. O projeto é desenvolvido pelo Instituto Centro de Vida (ICV) e parceiros com apoio do Fundo Vale.
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