A agricultora familiar Rosinha Ferreira Rosa, de Alta Floresta, na região da Amazônia mato-grossense, trabalha com pecuária de leite desde que a família se mudou para a região. Foram anos de trabalho e de luta para que a sua propriedade se tornasse rentável e fosse referência no quesito sustentabilidade.
No último sábado (6), no entanto, o resultado de seu esforço ganhou proporções internacionais. Representantes do governo da Indonésia e da República Democrática do Congo visitaram a sua casa e a cooperativa da qual ela faz parte para ver de perto o que vem sendo feito na região.
A visita a Mato Grosso foi facilitada pelo Banco Mundial e teve como objetivo a troca de conhecimentos sobre políticas para redução de desmatamento e o fortalecimento de laços profissionais entre os formuladores de políticas do Brasil e dos demais países envolvidos na comitiva.
A família de Rosinha recebe apoio do Instituto Centro de Vida (ICV). Foi por meio da assessoria técnica do Programa de Negócios Sociais, por exemplo, que a agricultora implementou em sua propriedade o sistema rotacionado, que mantém o gado nutrido e o solo conservado.
O consultor para recursos naturais no Brasil do Banco Mundial, Gabriel Penteado, pontuou que o trabalho do ICV tem se destacado dentro do que vem sendo feito no estado de Mato Grosso e, por isso, foi escolhido para participar da programação da comitiva.
“Um dos desafios que a gente tem é sobre como transferir as coisas que acontecem muito bem no Brasil para esses outros países, que talvez trabalhem com diferentes cadeias, com outros arcabouços legais”, disse.
Durante sua apresentação, o coordenador do Programa de Incentivos Econômicos para Conservação do ICV, Renato Farias, discorreu sobre o trabalho do instituto não só na área da agricultura familiar, mas também dos direitos socioambientais, da inteligência territorial, da transparência ambiental e das ações para redução do desmatamento.
“Uma coisa que fica muito clara para gente, com esses anos de trabalho é que a gente consegue grandes resultados por meio dos intercâmbios, seja quando a gente vai visitar instituições ou quando as instituições visitam a gente. Na prática, olhando para o que acontece no dia a dia, é possível incrementar ainda mais os nossos conhecimentos”.
Intercâmbio
Durante a tarde, os participantes da comitiva também visitaram a Cooperativa Agropecuária Mista Ouro Verde (Comov).
Lá, o leite produzido pelas vacas dos agricultores familiares da região é beneficiado e transformado em alimentos como o queijo, o iogurte, o doce de leite e o requeijão. É por meio da venda de seus produtos para a cooperativa, por exemplo, que Rosinha obtém parte de sua renda.
O conselheiro do governo da província de Kalimantan Oriental, na Indonésia, Stepi Hakim, pontuou que o que mais achou interessante durante a visita foi esse mecanismo de inserção dos pequenos produtores no mercado local. “Queremos replicar alguns modelos que vimos aqui e que tiveram êxito e, a partir disso, ir além”, disse.
O chefe da direção dos serviços de economia da mesma província, Pathur Rachman As’ad, no mesmo sentido, pontuou que muitas das iniciativas que eles viram aqui na região já existem na Indonésia.
“Esses programas para melhoria da vida das comunidades rurais são semelhantes a alguns programas existentes em Kalimantan Oriental. Na verdade, quando é colocado na prática, a gente já está fazendo praticamente a mesma coisa, como é o exemplo da cooperativa”.
Já o ministro da Província Mai-Ndombe, da República do Congo, Ignace Monza Bonza, disse que volta para casa com a vontade de copiar alguma das realidades vistas na prática e, ainda, cooperar com Mato Grosso.
“O que nos impressionou foi o planejamento estratégico do Brasil para colaborar com o setor privado. Essas associações, cooperativas, que a gente viu aqui especialmente em Mato Grosso. isso representa um passo a frente que o Brasil já deu em relação à nossa realidade”, finalizou.
Fundo Amazônia
Iniciativas como a da Comov e o trabalho de Rosinha foram fortalecidos por meio do projeto Redes Socioprodutivas, do ICV, financiado pelo Fundo Amazônia/BNDES.
Iniciado em janeiro de 2018, o projeto atuou com associações e cooperativas dos municípios de Alta Floresta, Paranaíta, Nova Monte Verde, Nova Bandeirantes, Cotriguaçu e Colniza, nas regiões norte e noroeste de Mato Grosso.
Durante o tempo de execução do Redes, 600 núcleos familiares e 20 organizações comunitárias foram assistidas. Ao todo, R$ 16 milhões foram investidos no processo.
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