16 maio 2016
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Capacitação em análise de paisagem visa potencializar as ações de restauração florestal

Autor: Assessoria de comunicação

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Formação reuniu técnicos locais, estudantes e professores. Foto: Guilherme Munhoz/ICV

Formação reuniu técnicos locais, estudantes e professores. Foto: Guilherme Munhoz/ICV

Guilherme Munhoz*

Um dos grandes desafios do século XXI é frear o desmatamento e prosseguir com as alternativas de restauração das áreas degradadas. Nessa perspectiva é necessário um trabalho em parceria com os produtores rurais, em especial nas fronteiras agrícolas, para conservar e restaurar as áreas de preservação permanente (APP) de forma conciliada ao aumento da produtividade. Para potencializar essa perspectiva, a análise da paisagem pode ser de grande ajuda ao fornecer subsídios para as ações de restauração florestal de APP e reservas legais.

O Instituto Centro de Vida (ICV) busca construir soluções compartilhadas para mitigar os efeitos da degradação advindos do avanço da produção agrícola, em especial no extremo norte de Mato Grosso. Visando auxiliar o processo de regularização ambiental das propriedades rurais dessa região, dentro do escopo da estratégia Produzir, Conservar e Incluir (PCI) do governo do estado de Mato Grosso que prevê restaurar 2,9 milhões de hectares até 2030, o ICV possibilitou uma capacitação com o Dr. Leandro Tambosi, pesquisador do Laboratório de Ecologia de Paisagem e Conservação (LEPaC) da USP entre os dias 10 e 12 de maio em Alta Floresta.

O método trabalhado por Tambosi e repassado aos participantes durante o curso, utiliza imagens de satélite, mapeamentos de uso e cobertura do solo e da hidrografia da região para identificar áreas em que há maiores benefícios, menores custos e maiores chances de sucesso da restauração florestal em um menor espaço de tempo. Isso tendo como base a análise da paisagem, que considera a distribuição dos fragmentos florestais remanescentes, de forma que a restauração florestal proporcione o aumento da conectividade a partir da constituição de corredores ecológicos. Participaram da formação técnicos locais das prefeituras de Alta Floresta e Carlinda, professores e alunos da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) e da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), e analistas da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA).

Vinícius Silgueiro, coordenador do Núcleo de Geotecnologias do ICV, conta que com a capacitação busca-se entender o impacto e as necessidades de atuação nos municípios do Portal da Amazônia com o aumento das áreas agrícolas na região. “Ter uma leitura da situação da paisagem desses municípios é fundamental para se pensar numa produção responsável. Sabendo da necessidade de regularização ambiental das propriedades rurais e conhecendo a distribuição das áreas de preservação permanente degradadas (APPDs), podemos planejar a restauração florestal de forma mais efetiva e também uma produção que seja mais integrada à paisagem e menos danosa e impactante ao meio ambiente e a sociedade”, comenta Silgueiro.

A formação integra o projeto Soja Responsável – uma abordagem territorial, financiado pelo The Sustainable Trade Initiative (IDH) que se propõe a discutir o desenvolvimento da região norte de Mato Grosso envolvendo questões sociais, culturais, econômicas e ambientais com um olhar para que os produtos locais levem em conta estes diversos aspectos ampliando assim o trabalho do ICV na busca pelo desenvolvimento de cadeias produtivas sustentáveis, já experimentado com a pecuária, através do Programa Novo Campo.

*Guilherme Munhoz, estagiário sob supervisão da jornalista Raíssa Genro

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