Sucena Shkrada Resk/ICV
Neste mês de abril, a homenagem em Cotriguaçu, no Noroeste mato-grossense, Amazônia, é ao povo Rikbaktsa, do Território Indígena (TI) Escondido, uma área de 165 mil hectares, demarcada em 1998. Distante 45 quilômetros da cidade e com o a principal aldeia, a cerca de 30 quilômetros do rio Juruena, esse extenso território com natureza conservada, faz divisa com o Projeto de Assentamento Nova Cotriguaçu, onde vivem famílias de agricultores familiares e existem propriedades particulares de pecuária e manejo florestal.
Em junho do ano passado, os Rikbaktsa elaboraram o Plano de Gestão Territorial da Terra Indígena Escondido, com apoio do Instituto Centro de Vida (ICV), com um horizonte de 20 anos. No documento, são apresentadas informações importantes sobre história e cultura, como do uso sobre os recursos naturais e, em especial, sobre as plantas utilizadas e manejadas pelo povo, resgatando o conhecimento tradicional ancestral da etnia. Para montá-lo, houve participação de toda a comunidade nas oficinas de etnocartografia e uso de GPS, mapeamento colaborativo e avaliação ecológica, entre outras. Com isso, fizeram o etnomapeamento e etnozoneamento da TI.
“Hoje nossas principais preocupações são com a conservação de nossa língua e dos costumes, que precisam ser passados para nossos filhos, e com os possíveis impactos dos projetos de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e hidrelétricas na Bacia do rio Juruena. Há previsão de que parte de nossa terra será inundada”, destaca o atual cacique da aldeia, Roseno Zokoba Rikbakta.
Uma das iniciativas em andamento, segundo ele, é a manutenção da escola indígena na aldeia, onde se aprende a língua nativa, do tronco linguístico Macro-Jê, e o português. “Temos 12 alunos atualmente”. A presença de índios mais velhos na aldeia, como o cacique anterior Dokta Rikbakta, que foi o primeiro a povoar o local com sua família, é importante nesta manutenção, de acordo com Roseno.
Os Rikbaktsa também começaram a consolidar relações amistosas com a comunidade do entorno. Participaram do Encontro Saberes e Sabores, na comunidade Ouro Verde, também apoiada pelo ICV. “Foi um momento de troca de conhecimento com os agricultores familiares. Levamos artesanatos, como prendedores de cabelo e colares feitos principalmente pelas mulheres. Um momento importante de entrar em contato com nossos vizinhos para saber o que está acontecendo na nossa região. Agora, podemos convidá-los também para participar de nossas festas. É uma troca de experiências”, diz o cacique.
O apoio aos Rikbaktsa para a implementação de ações prioritárias do Plano de Gestão integra as atividades do Projeto Noroeste: território sustentável, desenvolvido pelo ICV, com apoio do Fundo Vale. O principal objetivo do projeto é fortalecer e consolidar o noroeste de Mato Grosso como um território florestal, por meio do incentivo e da disseminação de soluções produtivas sustentáveis e com boa governança socioambiental.
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