Nos primeiros anos da Cooperativa de Hortifrutigranjeiros de Paranaíta (Coopervila), as frutas eram despolpadas no liquidificador. Em seguida, coadas em um pano para depois serem embaladas e comercializadas.
O agricultor familiar Sulivan da Silva se recorda que o trabalho durava horas e, muitas vezes, ia madrugada adentro. Por isso, a inauguração da agroindústria da Coopervila na última semana marcou a realização de um sonho antigo.
“A agroindústria tem uma importância muito grande para a gente. Quando a gente fala de industrialização, a gente está falando do beneficiamento e consequentemente da agregação de valores. Mais do que isso, quando você industrializa, você consegue segurar mais o produto, manter ele. Quando o mercado está em baixa, você consegue conservar ele dentro da câmara fria”, explicou.
A obra e os equipamentos tiveram custo de R$500 mil e foram executados pelo projeto Redes Socioprodutivas, do Instituto Centro de Vida (ICV), que tem financiamento do Fundo Amazônia/BNDES. Foram adquiridos diversos equipamentos, como despolpadora, embaladeira e câmara fria.
“O objetivo é o beneficiamento das frutas, porque a cooperativa trabalha com a fruticultura, mas vai ser possível também comercializar outros tipos de produtos, como conservas de legumes”, explicou o técnico do Programa de Negócios Sociais ICV, Luan Cândido.
A abóbora cabotiá, por exemplo, é um legume que muitas pessoas têm dificuldade para descascar. Sulivan explicou que a agroindústria possibilita que esse produto seja entregue ao consumidor final já limpo, descascado e picado.
“O espaço nos proporciona condições de fazer isso. Alface, rúcula, grande parte dos produtos que os agricultores da cooperativa produzem podem ser entregues limpos e higienizados a partir de agora”.
A diretora adjunta do ICV, Camila Rodrigues, disse que muitos dos produtos da cadeia do hortifrúti vendidos na região chegam de produtores de fora do estado. Por isso, um dos objetivos do instituto é fortalecer os agricultores locais para que eles garantam acesso aos mercados.
“A gente chegar nesse estágio agora, em poder agregar valor em produtos in natura, frutas, vegetais, legumes. A cooperativa no porte que está, podendo apoiar não só os cooperados diretos, como também os agricultores de outras regiões, acho que isso é bem relevante”, finalizou.
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