O processo de beneficiamento da castanha-do-Brasil, realizado na Cooperativa Mista de Guariba (Comigua), no município de Colniza, foi acompanhado, pela primeira vez, por cerca de 20 agricultores familiares e jovens do município de Cotriguaçu, que fica a 270 quilômetros de distância da sede à Cotriguaçu. O intercâmbio aconteceu no dia 27 de abril e foi organizado pela Iniciativa de Desenvolvimento Rural Comunitário do Instituto Centro de Vida (ICV), com o objetivo de proporcionar a vivência aos produtores rurais de uma alternativa atualmente existente na região noroeste do Estado, de geração de renda na cadeia de extrativismo, baseado na proposta de desenvolvimento agroindustrial. A atividade envolveu troca de experiências sobre beneficiamento, aspectos gerenciais sobre questões de regularização fiscal e sanitária ambiental, além de acesso a mercados e políticas públicas.
Durante a programação, o grupo conheceu a história da Comigua, que mantém convênio com o Departamento de Química da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), que possibilitou a aquisição de equipamentos, a capacitação para uso de tecnologias e criação do marketing dos produtos. Segundo José Cândido Primo, presidente da Comigua, a meta inicial do projeto, que teve início em 2003, era de estabelecer uma plataforma de produção de biodiesel, proveniente de óleo vegetal e de gordura animal. A iniciativa, no entanto, não deu certo, e foi dada uma nova vocação para a cooperativa, dez anos depois, com o beneficiamento da castanha-do-brasil, que é processada em castanha, amêndoas descascadas, azeite, barra de cereal e biscoito. Hoje a sua estrutura é composta por 23 cooperados e três funcionários.
“Nós adquirimos as castanhas principalmente da Associação de Ribeirinhos da Resex Guariba Roosevelt e atualmente comercializamos com clientes do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Brasília, Paraná e Rio de Janeiro”, contou Primo, destacando que o desafio do setor hoje se encontra na questão logística e de transporte. “As transportadoras daqui só seguem até Cuiabá. Também enfrentamos a dificuldade de regularidade de acesso à matéria-prima, nestes meses do ano, devido à diminuição das castanhas para a coleta”. A falta de organização e capital de giro para a aquisição de grande quantidade de matéria-prima em curto período também acaba limitando as ações da cooperativa. “Temos capacidade de processamento de 70 toneladas de castanha anualmente”, explicou.
Apesar das dificuldades, a Comigua brevemente deverá estar produzindo bebida láctea de castanha, de acordo com Primo. Ainda há a possibilidade de expandir o mercado, com outras essências naturais da Amazônia, como andiroba, babaçu e copaíba.
Para Veridiana Vieira, presidente da Associação de Coletores(as) de Castanha do Brasil do Projeto de Assentamento Juruena, de Cotriguaçu, a experiência da cooperativa é um estímulo para a ampliação de perspectivas dos agricultores familiares da região. O grupo também ficou motivado ao conhecer cada etapa do processo de produção, desde a secagem, a seleção manual ao descascamento e transformação em amêndoas descascadas ou em azeite. Durante a programação, também foi possível ser feito um teste de prensagem de amêndoas de coco babaçu levadas por Maria Margarida de Oliveira Barbosa, do Grupo Mulheres da Paz e presidente da Associação dos Pequenos Produtores Rurais Santa Clara. O resultado foi a produção de azeite, que a agricultora familiar pôde levar de volta.
O intercâmbio foi coordenado pelo ICV no Projeto Cotriguaçu Sempre Verde – Fase 2, que busca consolidar uma nova trajetória de desenvolvimento municipal, pautada na construção de soluções sustentáveis de produção e governança socioambiental. A iniciativa tem apoio do Fundo Vale.
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