O assentamento Wesley Manoel dos Santos, conhecido como Gleba Mercedes, fica a 80 quilômetros da área urbana de Sinop, no interior de Mato Grosso. Esta área foi duramente atingida pela construção da Usina Hidrelétrica (UHE) Sinop, no ano de 2014.
Alguns dos impactos causados pelo empreendimento foram a supressão da vegetação nativa e a ameaça à vida de algumas espécies importantes, como o zogue-zogue do Mato Grosso. Pensando nisso, organizações como o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e o Instituto Ecótono (IEco) se mobilizaram para tentar reverter parte do cenário de destruição.
Dos dias 11 a 13 de setembro de 2023, uma oficina sobre o uso de imagens de satélite e Aeronaves Remotamente Pilotadas (RPA) aplicado ao monitoramento territorial foi ministrada por técnicos do Instituto Centro de Vida (ICV). O intuito é que os conhecimentos abordados sirvam para ajudar as organizações a mapear e recuperar uma área do assentamento.
Conforme explicou o analista de geotecnologias do ICV Lucas Néris, além dos representantes do MAB e do IEco, participaram do curso estudantes da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), membros da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), assentados e indígenas dos povos Munduruku e Ikpeng.
“A intenção foi fazer aulas de pilotagem para o pessoal pegar uma segurança de operar o equipamento e também utilizar os aplicativos de mapeamento com o drone. A gente espera que eles consigam utilizar desse conjunto de geotecnologias para poder desenvolver um trabalho de monitoramento dessa área de restauração”, disse.
O espaço a ser recuperado é considerado uma Área de Preservação Permanente (APP), de acordo com o integrante do MAB Silvio Roberto da Silva. Lá é habitat do zogue-zogue do Mato Grosso, o Plecturocebus grovesi, espécie descoberta há poucos anos e que vive em uma área restrita do estado.
“A gente está tentando reflorestar essa área para ter um maior espaço para esses animais poderem sobreviver nesse território. O sensoriamento remoto vem para contribuir para que a gente tenha um marco zero dessa propriedade e, durante os próximos anos, a gente possa ir mapeando essa área que está sendo reflorestada e também poder ter uma maior expertise e maior clareza de como a gente vai desenvolver esses trabalhos em campo.”
A diretora executiva do IEco, Christine Steiner São Bernardo, destacou que a capacitação possibilita que as organizações participantes tenham mais autonomia e conhecimento para trabalhar dentro de seus territórios, para além do monitoramento realizado na Gleba Mercedes.
“Agora a gente tem uma independência para a gente fazer o nosso próprio mapeamento. É legal que a gente também conseguiu mobilizar indígenas, povos originários dos povos Munduruku e Ikpeng, e alguns assentados também, isso é importante porque no futuro eles podem utilizar essas ferramentas para o monitoramento e planejamento do território deles.”
O projeto
Para além da recuperação de áreas degradadas, os ensinamentos também servirão para que a Embrapa consiga utilizar e processar as imagens de sobrevoo dos experimentos realizados sobre pragas, doenças e ervas daninhas.
“Nós já tínhamos feito treinamentos para pilotagem, mas faltava esse curso de geoprocessamento de imagens para o nosso pessoal poder aprender e visualizar mais essa área”, explicou o supervisor de automação da empresa, Valdemir Lima Menezes.
A oficina faz parte do projeto Rede Floresta, que acontece em parceria entre o Instituto Ecótono (IEco) o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), o Instituto Centro de Vida (ICV), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). O financiamento fica por conta da Norway’s International Climate and Forest Initiative (NICFI).
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