Antes mesmo do início do período mais crítico do ano, Mato Grosso foi o estado responsável por mais da metade das queimadas registradas na Amazônia no 1º semestre de 2023. Foram 4.704 focos de calor, o que equivale a 56% dos incêndios florestais que aconteceram no bioma.
O dado é preocupante porque, de julho a outubro, a tendência é que a seca e as queimadas se intensifiquem. Informações do Monitor do Fogo do MapBiomas estimam que 75% da área queimada na Amazônia entre 1985 e 2022 foi registrada entre os meses de agosto e novembro.
Em atenção a este cenário, o Instituto Centro de Vida (ICV) lançou a 3ª edição do Mapeamento das Brigadas de Incêndio de Mato Grosso. A plataforma elenca os instrumentos de resposta ao fogo no estado, sejam eles públicos, privados ou comunitários.
O analista socioambiental do ICV Marcondes Coelho destacou que o objetivo do mapeamento é contribuir com a implementação de melhores estratégias para a prevenção e combate aos incêndios, o que possibilita, por exemplo, uma resposta mais rápida e efetiva durante a ocorrência do fogo.
“Conhecendo e sabendo onde se localizam as brigadas e demais instrumentos de respostas, as instituições que atuam nessa área podem planejar as ações de prevenção e combate aos incêndios de forma mais assertiva, especialmente, no período mais crítico do ano”, disse.
Ao todo, foram identificadas 121 brigadas de incêndio em Mato Grosso. Com relação ao ano anterior, houve uma redução de 6 unidades. A diferença, entre outras coisas, é decorrente da não confirmação dos dados das brigadas comunitárias sobre a continuidade de suas atividades nesse ano.
Em relação ao ano anterior, houve também uma redução nas Brigadas Municipais Mistas (BMMs), que constam na lista de unidades das brigadas do Corpo de Bombeiros. Os municípios de União do Sul (a 644 km de Cuiabá) e Cáceres (a 218 km) contavam com essas brigadas no ano passado, mas, em 2023, elas não estão indicadas no plano.
Desmatamento e causa humana
Os incêndios florestais por causa natural na Amazônia são raros. O bioma não tem o fogo como parte da dinâmica de evolução do seu ecossistema. São os humanos os grandes responsáveis por provocar os incêndios florestais na região, principalmente para limpeza de pasto e para queimada da vegetação desmatada.
“O desmatamento é um vetor preocupante para as queimadas e incêndios florestais, porque a maioria dos focos de calor no estado são identificados em áreas de desmatamento recente, como mostram os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais [INPE]. Ou seja, o fogo é utilizado como estratégia de limpeza da área desmatada”, afirmou Marcondes.
Outro dado que corrobora a informação de que o fogo é utilizado para limpeza de área é que quase 40% das queimadas foram registradas em grandes imóveis rurais inscritos no Cadastro Ambiental Rural (CAR), conforme dados também do INPE analisados pelo ICV.
No Cerrado e no Pantanal a situação não é diferente. Apesar do fogo fazer parte do sistema natural de evolução dos ecossistemas desses biomas, a intensificação das atividades agropecuárias e as mudanças climáticas têm alterado o seu regime natural, provocando incêndios de maiores intensidades, que fogem do controle e causam impactos ecológicos.
“Projeções em cenários de mudanças climáticas mostram que todos os biomas brasileiros estarão mais suscetíveis ao espalhamento de incêndios pela sua vegetação. Isso pode ser agravado independente se o bioma tem histórico de fogo natural ou não”, finalizou Marcondes.
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