Daniela Torezzan / ICV
Nesta terça-feira os debates do evento que discute o monitoramento e controle florestal de Mato Grosso ficaram em torno da necessidade de integração das informações dos sistemas federal e estadual. Em nível federal existe o Documento de Origem Florestal (DOF) e, em Mato Grosso, o Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais (SISFLORA), principais instrumentos de controle da atividade florestal.
Os representantes do governo, sociedade civil e setor madeireiro concordam que essa falha deixa o processo vulnerável, além de causar transtornos pela lentidão e discrepância nas informações.
Os problemas apontados referem-se, principalmente, ao fato de os dois sistemas terem nomenclaturas, lógicas e exigências diferentes. Essa questão já havia sido elegida como ponto de atenção a ser melhorada no primeiro Seminário, realizado em 2011.
Nesta segunda edição do evento, tanto a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT) quanto o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) apresentaram propostas de melhorias nos sistemas que estão sendo desenvolvidos. Contudo, não houve um esforço no sentido de integrar essas informações, conforme as recomendações feitas. “A Sema está desenvolvendo uma coisa, o Ibama outra. E tudo isso gastando recursos públicos. E porque precisa haver essa duplicidade que não se conversa? Precisamos parar com essas briguinhas e resolver a questão”, disse Suely de Fátima Menegon Bertoldi, secretária Adjunta de Mudanças Climáticas da Sema.
Para Laurent Micol, coordenador executivo do Instituto Centro de Vida (ICV), a fragilidade no monitoramento e controle da exploração florestal tem reflexos claros e mensuráveis. “Mato Grosso tem diminuído os índices de desmatamento nos últimos anos, mas em contrapartida, lidera o ranking nacional de degradação da floresta nos estados que compõem a Amazônia Legal, sendo responsável por cerca de 80%”, exemplificou. “Isso é uma prova de que a exploração florestal está acontecendo sem o devido controle”, afirmou.
André Monteiro, pesquisador do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) apresentou dados recentes que apontam que cerca de 50% da exploração florestal em Mato Grosso acontece em áreas não regularizadas.
Para avaliar os avanços, as fragilidades e propor melhorias foram criados grupos em torno dos principais eixos abordados durante o evento. O resultado das discussões e encaminhamentos será organizado num relatório final, disponibilizado para os participantes do evento e também para a sociedade.
O II Seminário Sistema de monitoramento e controle da exploração florestal de Mato Grosso: avaliação dos avanços e novos desafios foi organizado numa parceria pelo ICV, SEMA-MT, Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira de Mato Grosso (CIPEM) e IBAMA com apoio da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (FIEMT). Também participarem do evento, representantes da Polícia Federal e de órgãos e entidades de meio ambiente de outros estados.
II Relatório de avalição do sistema de monitoramento e controle da exploração florestal de MT/2012
Baixe as apresentações
Julio Bachega_relatório_consultor_ICV
Suely Bertoldi_projeto_ Sema-MT
Suely Bertoldi_cadastro_Sema-MT
Paulo Miguel Renó_SISFLORA 2.0_Sema-MT
Sandro Yamauti Freire_DOF_Ibama
André Monteiro_ilegalidade na exploração florestal em MT_Imazon
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