31 out 2022
TROCA DE SABERES

Famílias associadas à Repoama participam de formação com referência em produção orgânica

Autor: Assessoria de Comunicação

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“Trabalhar ao lado da vida, e não contra”. Este é um dos pilares da agricultura orgânica, de acordo com o conselheiro do Instituto Brasil Orgânico, Romeu Mattos de Leite. Ao longo desta semana, ele compartilhou seus conhecimentos com agricultores e agricultoras familiares da Rede de Produção Orgânica da Amazônia Mato-grossense (Repoama).

Participaram dos encontros famílias de Alta Floresta, Paranaíta, Nova Bandeirantes, Nova Monte Verde, Colniza e Cotriguaçu, todas da região norte e noroeste de Mato Grosso. A rede está a poucos passos de ser credenciada como um Organismo Participativo de Avaliação da Conformidade Orgânica (OPAC).

Romeu faz parte da Associação de Agricultura Natural de Campinas e Região, o primeiro Sistema Participativo de Garantia (SPG) credenciado do Brasil. Ele reforçou aos participantes que a natureza é equilibrada e que, por isso, não existe a necessidade de utilizar agrotóxicos nos cultivos.

As joaninhas, por exemplo, são predadoras vorazes de pulgões. Ao aplicar um defensivo agrícola, tanto os pulgões, que prejudicam os cultivos, quanto as joaninhas são eliminados, o que causa um desequilíbrio do sistema como um todo.

“Os princípios da produção orgânica são princípios universais, aplicáveis em qualquer lugar, em qualquer região. Aqui, nós estamos na Amazônia mato-grossense, que tem suas características próprias. O clima e os modos de produção podem se diferenciar de outras regiões do Brasil, mas os princípios não mudam”, disse.

O técnico do programa de Negócios Sociais do Instituto Centro de Vida (ICV), Jessé Lopes Carvalho, explicou que esta formação foi necessária para que os participantes da Repoama pudessem ter um contato aprofundado com as normas e legislações que dizem respeito à produção orgânica no Brasil.

“Para além desse conhecimento e envolvimento sobre as normas, um dos objetivos foi disseminar essa experiência que o Romeu tem com a avicultura orgânica”, explicou.

Produção orgânica

A expectativa é que até o final de 2022 a Repoama seja credenciada como OPAC pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Desta forma, poderão comercializar seus produtos, que já são produzidos sem o uso de venenos, com o selo de orgânico.

Para além da proibição do uso de agrotóxicos e adubos químicos, é necessário o respeito às leis ambientais, o armazenamento adequado dos produtos utilizados na produção e o manejo correto de resíduos sólidos e líquidos gerados na propriedade.

“Nas conversas que a gente teve até agora, uma coisa que me chamou muita atenção é a união que esses agricultores têm e essa vontade de, às vezes até em condições adversas, sem recursos financeiros, fazerem uma produção em harmonia com a natureza, uma produção sustentável”, pontuou Romeu.

“Eles entendem que produzir dessa forma é mais saudável para eles, para quem come os produtos e para natureza também. Então isso me chamou bastante atenção”, finalizou.

Repoama

A rede foi formalizada em 2019, com auxílio do ICV. Hoje, o instituto é responsável pelo suporte, assessoria técnica, assessoria administrativa, capacitações, divulgação e articulação com parceiros para viabilidade econômica das atividades.

Os projetos Agroecologia em Rede, financiado pelo Programa Global REDD Early Movers (REM) e Redes Socioprodutivas, financiado pelo Fundo Amazônia/BNDES fazem parte da ação.

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