18 mar 2019
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Estufas aumentam a produção e a renda de agricultores familiares em MT

Autor: Assessoria de comunicação

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Produtores comemoram a montagem da estufa (Imagem: ICV)

Setenta famílias de pequenos produtores das regiões Norte e Noroeste de Mato Grosso têm obtido resultados positivos com o uso de estufas no cultivo de vegetais e hortaliças. A iniciativa é desenvolvida pelo projeto Redes Socioprodutivas, realizado pelo Instituto Centro de Vida (ICV) com apoio do Fundo Amazônia.

As 68 estruturas implantadas até o momento (nos municípios de Alta Floresta, Paranaíta, Nova Monte Verde, Nova Bandeirantes e Cotriguaçu) permitem controlar alterações climáticas e desenvolver o plantio durante todo o ano, o que gera impactos na quantidade e qualidade dos cultivos.

Pouco explorado nas pequenas propriedades, principalmente em razão do custo de investimento, o chamado cultivo protegido foi proposto em razão da intensidade e frequência das chuvas que, por vezes, destroem meses de trabalho nos cultivos de vegetais e hortaliças na região.

A estrutura consiste em uma cobertura simples sobre o plantio e o solo. O grande desafio, porém, é que cada tipo de cultura agrícola exige um desenho específico. Diante disso, o projeto Redes Socioprodutivas desenvolveu um sistema que pudesse atender a todos.

Segundo Luan Cândido da Silva, técnico da cadeia de Hortifrutigranjeiros do ICV, a estrutura completa da estufa tem 114m², kit de irrigação automático e alguns equipamentos de produção. A irrigação foi idealizada considerando o consumo eficiente e consciente de água.

Os canos de PCV (policloreto de vinil) servem para a irrigação e para a sustentação da lona. Os canos são fixados nas estacas de concreto, que formam o esqueleto das paredes. A lona escolhida tem longa durabilidade e deve ser trocada apenas após dois ou três anos. Todos os itens foram pensados para assegurar os baixos custos e necessidades de manutenção. O valor unitário da estrutura física da estufa é de R$ 2.000,00.

Com a produção protegida, os produtos ganham outro aspecto, ficando mais bonitos e menos “maltratados” pelos efeitos do sol, da chuva, da ação de insetos e doenças. A expectativa é de melhorar a qualidade dos produtos, aumentar a quantidade da colheita e potencializar os rendimentos. Amenizando os efeitos da instabilidade climática, as estufas contribuem também para o controle de doenças.

As estruturas favorecem a conservação do solo e água, porque não há compactação da terra pela chuva seguida do forte calor do sol, e as plantas transpiram menos, pois o líquido não evapora pela ação do sol e vento. Ou seja, a necessidade de regas constantes do cultivo é menor.

Os materiais da estufa possuem alta durabilidade (Imagem: ICV)

“Em um primeiro momento, o projeto desenvolveu oficinas com as organizações de produtores rurais para que os agricultores conhecessem e aprendessem a confeccionar a estufa”, descreveu Luan.

Os materiais foram ofertados pelo Redes Socioprodutivas e cada produtor ficou responsável pela montagem, processo que se iniciou em outubro de 2018 e foi concluído em janeiro de 2019. Ao todo, 68 estufas foram implementadas em cinco municípios da região Norte e Noroeste de Mato Grosso.

Essa experiência também deve servir para o projeto obter uma visão geral sobre custo de implantação e tempo de retorno do investimento, com foco na transição para os sistemas orgânicos.

A recepção por parte dos agricultores foi positiva e eles logo se adaptaram à tecnologia. Alguns participantes das oficinas não sabiam dessa opção de cultivo e aqueles que já a conheciam se mostraram surpresos ao aprenderem sobre as técnicas aprimoradas da construção e o bom acabamento do suporte.

“Muitos deles achavam que a estufa seria simples, mas ao verem o resultado final, entenderam como aquela estrutura era profissional e os ajudaria”, disse Luan.

A relação custo-benefício da estufa foi logo sentida pelos produtores. Nos dois primeiros meses, já seria possível montar novas coberturas com o valor arrecadado devido ao cultivo protegido. A perspectiva é orientar o planejamento, através de estudos de viabilidade econômica, para que as famílias consigam realizar a manutenção da estrutura no momento adequado.

“Está sendo a melhor coisa, não só para mim, como para todos, que vão adquirir a estufa nesse projeto. Que é um projeto que veio para ajudar, ele veio para multiplicar”, conclui Ana Barbosa Ferreira, agricultora de Monte Verde e participante da oficina de montagem de estufa.

Clique aqui e veja o vídeo do registro da construção de uma estufa na Amazônia mato-grossense. 

Galeria de Imagens: clique para ver em tela cheia

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