O agricultor familiar Sérgio Paulo Mengardi produz há mais de 30 anos. Foi apenas em 2019, contudo, que ele decidiu investir em sua propriedade, localizada no município de Alta Floresta, no interior de Mato Grosso.
Logo no início, teve dificuldades para captar recursos com os bancos. Isto porquê as instituições financeiras não possuíam estudos sobre a rentabilidade da produção de algumas hortaliças que ele cultiva.
Para sanar problemas como este, o Instituto Centro de Vida (ICV) se organizou há pouco mais de um ano para coletar informações sobre a viabilidade econômica de 11 hortaliças e frutíferas.
Entre elas estão a alface, o cheiro verde, a cebolinha, a salsa, o pepino, a abobrinha, a melancia, o tomate, o tomate cereja, o quiabo e o jiló.
O educador do Programa de Negócios Sociais Luan Cândido explicou que as instituições financeiras costumam ter dados apenas sobre a rentabilidade das principais culturas, como a soja, o milho, o algodão e o arroz. Por isso, os agricultores familiares têm dificuldades na hora de procurar um banco para realizar financiamentos, por exemplo.
“Se o produtor disser que produz mil maços de alface por semana, o banco não sabe quanto custa a alface, qual o valor da receita. Então dificilmente ele vai saber a receita e a capacidade de pagamento desse produtor”, pontuou.
Os estudos de viabilidade possibilitam que as instituições bancárias tenham maior segurança com relação à concessão do crédito. O gerente da cooperativa Sicredi Grandes Rios MT/PA, Osvaldo Biazi, argumentou que sem os estudos era difícil saber a viabilidade dos investimentos a curto e longo prazo.
“Atividades como a pecuária de corte e a pecuária de leite já estão mais consolidadas, então a gente já sabe quais são os investimentos necessários. Mas para essas pequenas atividades ainda temos dificuldade. Se o produtor diz que quer plantar alface, eu preciso saber o quanto eu vou conceder para ele fazer isso”, disse.
“Eu não posso correr o risco de financiar R$ 10 mil, quando na verdade ele precisa de R$ 5 mil. Ou financiar R$ 5 mil, quando na verdade ele precisa de R$ 10 mil e não vai conseguir concluir. O estudo dá a segurança de fornecer o crédito na medida e na quantidade certa”, complementou.
Impacto positivo
Os estudos foram feitos pela equipe do ICV por meio da coleta dos valores dos insumos utilizados na produção e do valor de mercado dos alimentos produzidos.
Os dados foram inseridos na plataforma do banco e, com isso, diversos produtores da região do Norte de Mato Grosso e do Pará podem se beneficiar na hora de conseguir dinheiro para investir em suas propriedades.
“Cada vez mais a demanda vem surgindo. Começa a aparecer um agricultor querendo pegar um crédito para a sua produção de mandioca e mamão, por exemplo, e sabendo que a gente já tem um certo engajamento nessa área, eles solicitam novos estudos de viabilidade para a gente, então temos essa perspectiva de aumento”, disse Luan.
Estima-se que desde a implementação dos estudos mais de R$600 mil foram inseridos na agricultura familiar por meio de 12 projetos atendidos pelo ICV.
“A proposta do ICV é de você permitir que o produtor tenha capacitação, organização, tenha acesso ao crédito de uma forma estruturada, tudo isso respeitando os aspectos socioambientais. Então tenho toda uma segurança que vou estar fomentando, financiando um produtor em uma atividade que vai ter resultado”, finalizou Osvaldo.
Produtor
Com o crédito concedido pelo Sicredi, o agricultor Sérgio Mengardi já instalou placas de energia solar em sua propriedade para reduzir seus custos e comprou um carro para facilitar o transporte. Expectativa é investir nos próximos meses em um sistema de hidroponia para cultivo de suas alfaces.
“Hoje é difícil produzir alface no chão, porque é chuva demais. Então chove e vem o sol quente em cima, apodrece, porque o sol queima ela por baixo. Então essa ajuda é boa demais, porque o produtor tem um crédito facilitado para investir em sua propriedade”, finalizou.
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