Andrés Pasquis / ICV
É possível desenvolver uma pecuária eficiente e viável economicamente com preservação dos recursos naturais. Para demonstrar isso o Instituto Centro de Vida (ICV) realizou um dia de campo de boas práticas na pecuária, no final de fevereiro (22), na Fazenda Paraíso, em Alta Floresta.
Durante o evento foram apresentadas dois exemplos de boas práticas aplicadas na propriedade do Sr. Aldo Danetti: a intensificação de uso de pastagens e a recuperação de Áreas de Preservação Permanente Degradadas (APPD). A Fazenda Paraíso possui uma Unidade de Referência Tecnológica (URT) dentro do projeto Pecuária Integrada de Baixo Carbono.
Na experiência de restauro de APPD foram evidenciados os frutos da aplicação de uma técnica destinada a áreas não mecanizáveis ou de difícil acesso. A base da metodologia é a utilização do capim para controlar o avanço do próprio capim, constituindo uma alternativa ao plantio de sementes, evitando a utilização de herbicidas e outros produtos químicos e melhorando a drenagem do solo pelo acúmulo de matéria orgânica. Essa técnica também pode ser aplicada em áreas maiores desde que seja possível a mecanização. “A restauração de áreas de preservação permanentes degradadas ainda é um desafio, pois existem muitas metodologias e todas elas apresentam prós e contras. O que estamos buscando é uma forma de aliar os recursos que a própria floresta utiliza para recomposição da vegetação, com uma tecnologia de baixo custo”, explicou João Gilberto Peixoto Milanes, educador de Práticas Sustentáveis do ICV.
Segundo ele, o objetivo do dia de campo foi mostrar o resultado na prática, deixando claro aos produtores que, embora o trabalho de restauro não seja uma tarefa fácil, é possível de ser realizada.
Em outra área da fazenda os visitantes conheceram o sistema intensificado de pastejo rotacionado, acompanhado também de explicações metodológicas.
A visita a esses dois espaços permitiu demonstrar que as áreas de preservação permanente não interferem na produtividade quando há um planejamento adequado de toda a propriedade, pois as áreas de produção são economicamente viáveis. Neste caso, a gestão ambiental também é parte das boas práticas na pecuária.
O dia de campo contou com a participação de aproximadamente 100 pessoas entre parceiros do projeto, representantes de secretarias municipais, Sindicato Rural, Empaer, Indea e produtores rurais. “Estamos construindo, juntos, soluções para melhor utilização da terra e dos recursos naturais, demonstrando que é possível produzir com eficiência, recuperando e preservando os recursos naturais”, concluiu Eduardo Florence, coordenador do projeto Pecuária Integrada de Baixo Carbono do ICV.
O Projeto Pecuária Integrada de Baixo Carbono
O projeto Pecuária Integrada de Baixo Carbono (PIBC) tem como objetivo contribuir para desenvolver uma agenda de municípios sustentáveis por meio da implantação de um programa de Boas Práticas Agropecuárias com ênfase em uma economia de baixa emissão de carbono. O projeto é desenvolvido pelo ICV, com apoio do Fundo Vale e da Fundação Moore e tem como parceiros a Embrapa, o Sindicato Rural e a Prefeitura Municipal de Alta Floresta.
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