Pesquisa da rede de organizações brasileiras Aliança REDD+ Brasil, da qual o ICV faz parte, revela que 68% dos respondentes pagariam entre R$ 5,00 e R$ 8,00 a mais por bilhete se soubessem que o valor seria revertido para redução ou compensação das emissões de carbono do seu voo.
A informação é resultado de uma pesquisa sobre os hábitos de consumo, percepção e opiniões dos brasileiros sobre as emissões de gases de efeito estufa da aviação civil. A pesquisa, encomendada à empresa IDEIA Big Data, foi conduzida junto a 800 passageiros de voos internacionais entre os dias 1º e 10 de abril. Todos os entrevistados viajaram de avião para fora do país nos últimos 12 meses ou pretendem viajar nos próximos 12 meses, e são responsáveis pelo pagamento da própria passagem aérea.
O estudo revelou que 89% dos entrevistados não conseguem citar nenhuma companhia que tenha preocupação com a redução de carbono ou compensação, assim como também não se posicionaram sobre a afirmação das companhias estarem prejudicando o meio ambiente – 52% não concordaram, nem discordaram. Porém, a grande maioria (75%) consente que voar em uma companhia área que se preocupa com a redução de carbono é importante.
“Em geral, jovens demonstram maior preocupação com as emissões de carbono emitidas durante voos internacionais de longa duração e seus impactos no meio ambiente”, destaca Pedro Soares, do IDESAM.
Ao decidir comprar uma passagem aérea para viajar para fora do país, quase metade dos entrevistados revela não possuir preocupação com as emissões de carbono. Ainda assim, sete em cada 10 entrevistados acreditam que companhias aéreas que se comprometem a reduzir ou compensar essas emissões terão maior preferência dos clientes.
As mulheres tendem a concordar mais com a afirmação (75%) se comparado com os homens (65%). Com relação a preço, 68% dos respondentes mostraram disposição até de pagar entre R$5 e R$8 a mais por bilhete se soubessem que o valor seria revertido para redução ou compensação das emissões de carbono do seu voo. Apenas 18% não estão dispostos a pagar a mais por isso.
“Os consumidores estão cada vez mais conscientes de sua responsabilidade nas emissões de carbono e precisam compartilhar os custos do combate às mudanças climáticas. As companhias aéreas que se anteciparem na adoção dessas ações terão mais chances de fidelizar esses clientes”, destaca Paula Bernasconi, coordenadora de Incentivos Econômicos para Conservação do ICV.
Com relação às medidas que poderiam ser adotadas para ajudar a reduzir os prejuízos ao meio ambiente, a maioria (57%) avalia que a melhor estratégia seria o uso de biocombustíveis ou melhorias tecnológicas nas aeronaves. A segunda melhor opção, considerada por 39%, é a conservação ambiental e a biodiversidade, com apoio a programas de reflorestamento e conservação florestal.
“A vinculação do CORSIA a mecanismos de mercado, como a aquisição de créditos florestais certificados oriundos da redução do desmatamento é a estratégia mais eficiente, barata e imediata para reduzir emissões no país, promovendo incentivos reais à conservação da Floresta Amazônica e combatendo o desmatamento”, afirma o coordenador de projetos da Biofilica, Caio Gallego.
Por fim, a terceira medida para diminuição ou compensação das emissões em voos internacionais, preferida por 31%, é por meio do apoio a projetos de eficiência energética. “O investimento em biocombustíveis e em melhorias tecnológicas das aeronaves deve ser a principal estratégia do setor no médio e longo prazo. Porém, devido à urgência das mudanças climáticas, novos investimentos em ações de conservação das florestas e da biodiversidade é fundamental”, conclui Pedro Soares.
Com o aumento da população e a maior facilidade de acesso a viagens aéreas, a aviação civil internacional é séria candidata a assumir a liderança dos maiores emissores de gás carbono do planeta já em 2050, quando o setor deverá produzir um quinto das emissões globais.
“Se a aviação civil internacional fosse um país, já estaria entre os 10 maiores emissores do planeta. É urgente atacar essa questão de forma imediata”, destaca o gerente de Mudanças Climáticas do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (IDESAM), Pedro Soares.
Esses dados preocupantes levaram a Organização Internacional da Aviação Civil (ICAO) a estabelecer o primeiro acordo global a fim de limitar as emissões do setor a partir de 2021. Para isso, criou o Esquema de Redução de Emissões da Aviação Civil Internacional (CORSIA, na sigla em inglês), que será implementado em três fases. As duas primeiras, entre 2021 e 2026, serão por adesão voluntária, e a partir de 2027, se tornarão mandatórias para todos os países da ICAO, incluindo o Brasil.
Formada por BVRio (Bolsa de Valores Ambientais do Rio de Janeiro), Biofílica Investimentos Ambientais, Fundação Amazonas Sustentável (FAS), Instituto Centro de Vida (ICV), Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam) e Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) trabalha para divulgar o REDD+ como ferramenta de forma a pôr fim no desmatamento ilegal e gerar recursos para governo, produtores, comunidades tradicionais e indígenas. O Brasil tem potencial para captar até US$ 45 bilhões através do REDD+ na Amazônia até 2030, e a Aliança quer contribuir para que o país esteja em posição de liderar o crescente mercado de compensação de emissões de carbono por nações, unidades subnacionais, setores produtivos e grandes eventos.
Clique aqui e confira o estudo em PDF.
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