De um dia para o outro, as folhas das hortaliças do agricultor familiar Osvaldo de Brito murcharam e ficaram amareladas. Até então, elas cresciam saudáveis, fruto de um trabalho sem o uso de agrotóxicos e adubos químicos. Foi então que ele percebeu que havia algo de errado com a sua produção.
Ele e seus vizinhos fazem parte da Comunidade Vila Rural Boa Esperança, em Paranaíta, no norte de Mato Grosso. Por meio da Cooperativa de Hortifrutigranjeiros (Coopervila), integram a Rede de Produção Orgânica da Amazônia Mato-grossense (Repoama).
Há anos, eles estavam em processo de transição para uma produção totalmente orgânica. Mas, em abril de 2021, o trabalho foi interrompido. Um avião pulverizou agrotóxicos de forma ilegal nas proximidades das propriedades e, com isso, toda a produção de frutas e hortaliças foi perdida.
Para além disso, foi necessário recomeçar a contar o tempo. A partir da contaminação, precisavam de mais um ano e seis meses para serem aptos para ganhar a certificação de orgânicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Na última semana, os técnicos do Instituto Centro de Vida (ICV) se reuniram com os agricultores para a atualização do plano de manejo orgânico. Por meio deste documento, eles puderam planejar a reestruturação das áreas de manejo com a instrução dos profissionais qualificados.
“Foi necessário fazer uma atualização. Isso é recomendado se a propriedade tiver uma mudança na produção, por exemplo, se registrar uma área como orgânica e dentro de seis meses mudar, é pertinente fazer a alteração do plano de manejo”, disse o educador do programa de Negócios Sociais, Jessé Carvalho.
As famílias registraram os seus dados pessoais e os da propriedade, como perímetro e o mapeamento da produção orgânica e em transição. Essas informações serão utilizadas para alimentar o banco de dados da própria Repoama, e também encaminhadas para o Mapa.
Visita técnica
Munidos das documentações, os agricultores familiares da Coopervila têm ciência de que ainda restam 6 meses para que eles saiam da “zona de transição” e estejam qualificados para receber o certificado de produção orgânica. Ainda assim, desejo está cada vez mais próximo de se concretizar.
Uma auditoria presencial do Mapa está agendada para o final de abril em diversas propriedades que fazem parte da Repoama, no norte de Mato Grosso. Se as propriedades estiverem em conformidade com a legislação, a rede passa a ser considerada um Sistema Participativo de Garantia (SPG).
Na prática, isso que os produtores e organizações, além de receberem a certificação, se tornam responsáveis pela verificação dos requisitos e apoio técnico para que as propriedades rurais se mantenham livres de agrotóxicos e adubos químicos ao longo dos meses.
“O que eu não quero de mal para mim, eu não quero de mal para o próximo. Então eu quero ter essa produção orgânica para levar para as famílias que necessitam de comer um bom alimento”, finalizou Osvaldo. Um ano depois da pulverização, ele recuperou sua produção e hoje conta com orgulho sobre os seus limões, alfaces e bananas, que voltaram a crescer saudáveis e vistosos.
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